A Pátria e a Bíblia, na vida dos brasileiros, devem ser realidades de todos os dias. É insensibilidade querer abandonar o direito e o dever de cidadania, assumindo realidades inconcebíveis e que afetam a identidade do Estado. A Bíblia afirma e reafirma a responsabilidade de cada indivíduo, advertindo sobre atos errados e de afronta à dignidade das pessoas.
O dicionário diz que a pátria é a terra natural ou adotiva, que está ligada a uma pessoa por vínculos afetivos e laços fraternos em relação a outros. Podemos dizer que é a casa onde fazemos história. Portanto, seja tratada como “nossa casa”, onde reine a fraternidade e o cuidado, fazendo dela ambiente propício para a construção da felicidade.
A Bíblia, destacada com evidência no mês de setembro, é o livro da Palavra de Deus, que motiva para o bem viver, para a convivência e a correção fraterna. Um grito contra tudo que ameaça a integridade de um povo. É grande defensora dos direitos de cidadania e dos deveres para com a Pátria. O Grito dos Excluídos é expressão fundamentada nas propostas do Evangelho.
O cidadão, mais ainda o cristão, deve estar em atitude de disponibilidade, seja em casa, no trabalho, nos círculos de amizade, na escola, no poder etc., sendo responsável pelos outros, especialmente ameaçados em seus direitos. Um grito que deve ressoar no seu entorno, mas também nos ouvidos de quem tem autoridade e compromisso com a Pátria.
O seguidor da Palavra de Deus e dos princípios próprios de cidadania não pode ser omisso diante do mal e nem negligente em suas responsabilidades. Não basta dizer que não rouba e nem mata, mas é preciso amar o próximo sem comodismo e o ajudar em suas prementes necessidades.
Pilatos “lavou as mãos” dizendo “não ter nada com isto”. Endurecer o coração diante do sofrimento do outro é deixar de ser patriota e de ser seguidor da Bíblia. Formamos uma Pátria de irmãos, onde deve reinar a fraternidade e o amor de filhos de Deus.
Por: Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: cnbb.org.br