“Mais importante que escutar as palavras, é advinhar as angústias,
sondar o mistério, escutar o silêncio” (Dom Hélder Câmara)
Há 13 anos, a Igreja Católica
perdia um de seus maiores líderes, o Arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom
Helder Câmara. Mais que uma liderança religiosa, Dom Helder era referência na
luta pela paz e pela justiça social; seus exemplos e palavras foram perpetuados
até hoje. Em homenagem à sua memória, no dia 27 de agosto deste ano, seus
restos mortais foram trasladados para uma capela especialmente projetada para
recebê-los na Igreja da Sé, em Olinda. Até então, os restos mortais de dom
Helder estavam guardados em um túmulo provisório em frente ao altar da Igreja
da Sé. Junto aos seus restos mortais, serão colocados também os despojos do Pe.
Padre Antônio Henrique que foi assessor da Pastoral da Juventude durante o
pastoreio de Dom Helder e de Dom José Lamartine, Bispo Auxiliar. A cerimônia foi
presidida às 9h pelo Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido.
O trabalho de Dom Hélder é
conhecido em todo o mundo. Ele foi Arcebispo de Olinda e Recife e também
desempenhou funções em organizações não-governamentais, movimentos estudantis e
operários, ligas comunitárias contra a fome e a miséria. Além de ser o fundador
e o primeiro presidente da CNBB (Comissão Nacional dos Bispos do Brasil). Sofreu
retaliações e perseguições por parte das autoridades do regime militar
brasileiro.
A Igreja das Fronteiras,
bairro da Boa Vista, ficou cheia de fiéis e emoção na manhã deste domingo, 26.
Às 11h, o padre Sebastião Sá, celebrou Missa em homenagem a Dom Helder Câmara,
dando prosseguimento à programação que decorre desde a última sexta-feira, para
lembrar o aniversário da morte do Arcebispo. O local foi escolhido porque lá Dom
Helder viveu os seus últimos dias, até falecer, em 27 de agosto de 1999.
Padre Antônio Henrique foi
torturado e assassinado em 1969, durante o regime militar. O crime está impune
até hoje, mas ganhou prioridade nas investigações da Comissão Estadual da
Memória e Verdade. O sacerdote é tido como “Mártir da Juventude da Arquidiocese
de Olinda e Recife”.
Fonte: CNBB