“Muitos Religiosos consagraram toda sua vida à
oração. Desde o deserto do Egito, eremitas, monges e monjas consagraram seu
tempo ao louvor de Deus e á intercessão por seu povo. A vida consagrada não se
mantém e não se propaga sem a oração; esta é uma das fontes vivas d
contemplação e da vida espiritual na igreja” (CIC, N° 2687).
A primazia de
Deus na vida religiosa é uma palavra vazia, nem é privilégio daquelas ordens
monásticas de vida contemplativa, mais sim de todos os que, sentindo-se atraído
por Cristo, querem segui-lo mais na oração no monte, no deserto e na noite e
ser apoio para todos os que lutam nos caminhos da vida, no anúncio direto da Palavra
ou nas obras de fronteira. Quando Moisés estava com os braços erguidos, o povo
ganhava a batalha e, quando baixava os braços, o povo perdia (Ex 17,8-16). Hoje,
mais do que nunca, é preciso que todo apostolado e toda atividade da Igreja não
só sejam fecundados pela oração dos evangelizadores, mas sejam precedidos pela
oração dos que escolhem a prece como “apostolado”, como atividade, e não como
um espaço de fim de semana ou no fim do dia.
O povo tem
direito de ver como os religiosos e as religiosas rezam, como celebram a
liturgia, como meditam, e de pedir a elas, assim como, um dia, os apóstolos
pediram a Jesus: “Ensina-nos a rezar!”. Imitando Jesus, estes religiosos não devem
dar aula de métodos de oração ou de ioga, mas dizer: “Nós rezamos assim”. A pedagogia
da oração deve tornar-se visível no meio do povo. Os consagrados são chamados a
exercer um ministério e um magistério muito importantes nos caminhos da oração.
Os conventos devem abrir suas igrejas, e os que dentro habitam têm obrigação de
rezar junto com os de fora. Não há outra maneira de ensinar a rezar a não ser
abrindo caminho, derrubando as barreiras de um falso pudor e de um intimismo
que nos impedem de falar com Deus em voz alta.
Se os
religiosos não são verdadeiros “enamorados” da oração, mas sim “teóricos”, em
vez de ajudar os que buscam os caminhos da oração, eles os confundem ainda
mais. Quando o coração reza, Deus entende, dizia Santa Tereza, e, quando o
coração fala todos entendem. É um momento precioso na Pastoral da Oração. Os religiosos
e as religiosas são chamados a ensinar a rezar, rezando!
Frei Patrício Sciadini, OCD