25/05/2013

O corpo de Cristo e sua alma


O corpo humano, sem sua alma, é um cadáver. Aparentemente é humano, mas já não é mais pessoa, pois não tem mais a essência que o fazia viver e se mover, realizar-se pessoal e socialmente. A palavra alma vem do termo latino anima que, por sua vez, vem do grego ânemos e significa vento. Os sábios antigos perceberam que o corpo humano é sustentado por um sopro vital. Lemos no livro do Gênesis que Deus, ao fazer Adão do barro, soprou sobre ele o Seu Espírito; e Adão tornou-se um ser vivente. 

O Espírito Santo, celebrado dia 19 de maio – solenidade de Pentecostes, é a alma da Igreja, Corpo de Cristo. É o Divino Espírito Santo o verdadeiro vivificador e santificador da Igreja de Cristo e, por isso, dizemos no Credo que ela é “Una, Santa...”. Deus é a fonte de toda santidade pessoal e eclesial. 

A Sagrada Escritura fala do Espírito Santo e diz que Ele é como o fogo. O livro dos Atos dos Apóstolos (cap. 2) nos fala que “línguas semelhantes a fogo” desceram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo. Ganharam, com isso, a força suficiente para anunciar corajosamente o Evangelho, a falar a linguagem universal do amor de Deus, e a dar a vida em testemunho do próprio Mestre e Senhor. 

É preciso acreditar que o mesmo fogo de Pentecostes continua vivo na Igreja, por mais que pareça extinto. Rezemos, pois, na semana que antecede Pentecostes, pela UNIDADE DOS CRISTÃOS. Que todos possamos falar a linguagem do amor pela Igreja e pelo bem comum. 

No próximo dia 30 de maio a Igreja celebra a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), ofício nascido no século XIII, criado pelo papa Urbano IV, em 11 de agosto de 1264. A celebração, também recomendada pelo Direito Canônico (cân. 944), acontece sempre na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que se celebra no domingo depois de Pentecostes, 60 dias depois da Páscoa. 

A solenidade do Corpo de Cristo teve início por causa das visões de Santa Juliana de Cornillon (1193-1258), ou Juliana de Liège, que disse ter visto a Virgem Maria pedindo para que ela realizasse uma grande festa com o intuito de honrar o corpo de Jesus na Eucaristia, e revelou isso ao cônego Tiago de Troyes, de Liège (Bélgica), que mais tarde tornou-se Urbano IV, papa. 

Na solenidade do Corpo Eucarístico de Jesus, é bom lembrarmos que a Igreja, segundo a revelação dada ao apóstolo Paulo (1 Cor 12,27; Ef 1,22-23), é o Corpo de Cristo. Para que isso seja uma realidade plena, cada um(a) de nós, membro vivo desse corpo, necessita de estar ligado à Cabeça, que é o próprio Senhor Jesus. E que o Espírito descido em Pentecostes não deixe que a chama de Seu fogo se apague dentro de nós. 

Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra!

Padre Ismar Dias de Matos