A Jornada Mundial da Juventude sentir-se-ia muito honrada com uma carta que nosso querido Papa Francisco lhe escrevesse e lhe fosse entregue oficialmente por um representante direto seu. Não, ele quer fazer-se presente em pessoa. Quer reconhecer, e bem mais, imprimir a maior importância a esse evento internacional com sua presença.
E não apenas vir pessoalmente à Jornada. Além disso, como primeiro gesto de sua vinda, fazer-se romeiro da Mãe Aparecida. Vir pessoalmente à Jornada, eis a importância que ele dá ao evento. Antes de tudo, vir até a Mãe Aparecida, eis o colorido que deseja imprimir nessa sua participação na Jornada.
Sim, vem até aqui para viver sua devoção e carinho pessoais à nossa Virgem Morena. Quer consagrar-lhe a Jornada, a nossa Juventude. Devoção é experiência enraizada no mais reservado íntimo do coração. É verdade, mas que sentido nosso querido Francisco deseja imprimir em sua romaria a Aparecida? Só ele mesmo e Deus é que o sabem. Mas, tentemos adivinhar!
A Senhora Aparecida é mãe. E mãe é ventre fecundado como o primeiro divino sacrário da vida. Nossa sociedade tão violenta, agressiva, insensível aos horrores perpetrados contra a vida, necessita do carinho e das bênçãos de uma mãe. Não sonharia Francisco uma juventude fazendo-se esse sacrário, essa fortaleza a abrigar toda vida humana, principalmente a mais ameaçada e desprotegida?
Nesse mesmo mundo, à semelhança de Maria, não pensaria Francisco numa juventude fazendo-se fermento de solidariedade, como um fogo que, uma vez ateado, vá expandindo-se até atingir a totalidade do mundo?
Esse mundo felizmente cultua a individualidade, o valor de cada pessoa independentemente de sexo, cor, raça. Mas, essa bela tendência corre o grave e fácil risco de cair no perverso individualismo egoísta, frio, ganancioso. Para essa humanidade, não sonharia Francisco uma juventude contracorrente? Na contramão como Jesus, como Maria, colocando Deus e seu Reino de igualdade, de justiça, de perdão acima de tudo, até mesmo de si e da própria vida? Fazendo de Deus e de seu Evangelho o absoluto da própria existência?
Ou não seriam as mãos postas da Mãe Aparecida, em atitude de prece, que estariam falando alto, quem sabe até gritando no coração de Francisco? Não foi de suas primeiríssimas palavras de Papa apenas eleito, naquela tarde de 13 de março, este seu pedido de que rezássemos por ele, por seu ministério papal? Não é esse mesmo pedido que Francisco vem fazer, com toda a confiança, à Mãe Aparecida, que se mantém permanentemente nessa exata atitude de súplica diante de seu Deus?
Talvez erremos em adivinhar as intenções de nosso Bom Francisco. Mas, mãe não se engana. Teria havido ao menos uma que se enganasse na leitura do coração de um filho ou filha por mais disfarce que imprimisse em sua fisionomia, em seus olhos?
Mas, não erremos nisto: unamo-nos à Mãe e com Ela acolhamos esse seu filho e nosso irmão Francisco! Escutai, ó Mãe, suas palavras, mas muito mais seu coração de Pontífice continuador da missão de seu Filho Jesus! Acolhei-o sob vosso manto protetor! Acompanhai iluminando-o em seu ministério papal! Vós acolhestes a Palavra que o Pai tinha paravós e, através de vós, para a humanidade. Ensinai-lhe hoje a acolher a Palavra que o mesmo Pai tem hoje para seus filhos jovens neste momento da humanidade! Ajudai nosso Francisco a ser o embaixador do Pai para nossos jovens, para a Jornada, para nossas famílias, nossa Igreja, para a inteira humanidade!
Palavra do Reitor
Pe. Domingos Sávio da Silva, C.Ss.R.