Caríssimos irmãos e irmãs,
Neste mês de maio a Igreja nos convida a refletir
sobre a figura de Maria. Que alegria o mês de Maio! Tempo de “levar flores para
o altar de Nossa Senhora”, mas além de levarmos flores, olharmos a mulher que
chamamos de mãe. Mulher tão casta, com vida a ser exemplo de maternidade,
simplicidade e discipulado.
Em Nazaré o anjo, porta-voz de Deus, anuncia sua
missão: ser mãe! A jovem mulher aceita com todo amor e gratuidade: “faça-se em
mim segundo a vossa palavra” (cf. Lc 1, 38). Com este sim abre as portas do
mundo para o salvador da história.
Maria é verdadeiramente a Mãe que o Filho de Deus
merecia. Educa-O, ensina-O, forma-O para a vida. A máxima de sua vocação
maternal é o amor. Em sua simplicidade amou Jesus até as últimas consequências.
Ao pé da cruz, pobre, madura, fidelíssima, na dor d’Ele viu a sua, na morte
d’Ele a espada que traspassou a sua alma (cf. Lc 2,35).
É mãe na presença ausente do Filho, por quem nós nos
tornamos filhos. Como diz Santo Agostinho, é “verdadeiramente Mãe dos membros
(de Cristo) porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os
fiéis, membros daquela cabeça”. Maria está “ligada intimamente à vida da
Igreja”, por ser “modelo eminente e singular de virgem e mãe” (cf. Lumen
Gentium 63).
Ensina-nos “a simplicidade da consciência alerta, que,
em acorde com a Palavra de Deus e a beleza da vida, está desperta para
saborear, anunciar, lutar e perseverar”, por isso é grande intercessora; só
rogamos a ela, pois acreditamos que fará conosco assim como fez em Caná da
Galiléia, “movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos seus
milagres” (cf. Lumen Gentium 58).
Somos discípulos no caminho para anunciar o evangelho.
São muitas divergências e às vezes não conseguimos ser testemunhas d’Ele. Mas
olhando Maria, exemplo de discipulado e seguimento, conseguimos trilhar melhor.
Quem neste mundo foi maior seguidora de Jesus? Quem melhor respondeu o Sim?
Quem verdadeiramente entregou sua vida a Ele?
A mulher do pequeno povoado de Nazaré, de onde sequer
poderia sair algo de bom (cf. Jo 1,46), mostra-nos como devemos responder ao
chamado de Deus, como assumir fielmente o projeto do seu filho e sermos suas
testemunhas, até os confins da terra (cf. At 1, 8), o verdadeiro sentido da
missão!
Confiantes voltemos nossa olhar para a Mãe de Deus e
nossa. Que na ternura do seu agir nunca nos desampare, que ouça o apelo dos
mais sofridos e interceda ao seu Filho por nosso povo.
Abençoa, Mãe, cada lar e traga ao povo que de ti é
devoto a esperança de tempos melhores. Seja refúgio de nossa fé! Amém.
___________________________________________
CONCÍLIO VATICANO II. Lumen Gentium: constituição
dogmática sobre a igreja. 23.ed.. São Paulo: Paulinas, 1965/2011. 142 p.
Frei Leandro Silva-MCR
Janaúba/MG