28/05/2015

Vida Religiosa



A nós consagrados e consagradas, aspirantes, postulantes, noviços, professos e admiradores da vida religiosa.      
Ouvimos uma prece e um clamor a cada partilha do evangelho, a cada celebração eucarística e a cada homilia que é: seguir o Cristo com plena adesão ao seu Evangelho e servir a Igreja como entregar ao Deus criador o dom total de nossa oferta maior que é a vida.
E por cada vida, ações, sinais de fé e expressões do tempo, a história de cada cristão consagrado é contada e narrada como bela e frutífera, algo que deve ser como espelho para as futuras gerações que querem adentrar no mistério da fé pela vocação específica que é a Vida Religiosa.
A consigna que nos interpela é algo belo que deve ser seguido passo a passo: “olhar com gratidão o passado, viver com paixão o presente e abraçar com esperança o futuro”. O Ano da Vida Consagrada nos questiona sobre a fidelidade à missão que nos foi confiada em favor do povo do qual nosso grito deve ser mais forte, pois, para ser profeta e anunciar o Reino, deve-se ter preferência pelos menos favorecidos.
Nesse sentido, é importante vivenciar o Evangelho para anunciá-lo, pois, mais do que o indivíduo e individualidades empreendedoras, o sujeito do anúncio é a comunidade, a fraternidade de fiéis, ou seja, “a nova evangelização exige nos consagrados e consagradas plena consciência do sentido teológico dos desafios do nosso tempo”.
Deste modo, anunciar o Evangelho é ser profeta, é não se calar, é gritar em favor do excluídos e marginalizados, esse é um ‘apelo dirigido aos consagrados e todos os que se juntam na corrente em prol da vida neste momento em que a humanidade vive essa arriscada “passagem de degeneração de valores, de características fundamentais degeneradas, não falte, pois a contribuição humanizante e libertadora do Evangelho” (Pacômio 1988, p. 409), como riqueza inestimável que está bem longe de ter esgotado o seu valor.
A parábola do semeador correlaciona-se com a vida religiosa e o seu plantio em meio a sociedade: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e, estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um” (Lc 8,5-8). Fazendo eco ao sentido profundo desta parábola, somos interpelados a confirmar nossa tarefa na fé com os irmãos e a dá testemunho de serviço em favor dos mesmos.

Os nossos gestos concretos de acolhimento são as atitudes de presença que deve ser anunciada e vivida adequadamente, porque não é aceitável que os discípulos de Cristo se isolem, pois somos membros do Corpo místico, que adentramos com o Povo de Deus para fazer parte da mistagogia do Reino.
Portanto, aos consagrados e consagradas, é pedido que não se cansem de semear, mesmo que as situações apresentadas sejam bastante diversificadas é preciso recordar sempre que os dissabores na evangelização muitas vezes se faz necessários e que as exigências próprias da fé carecem de respostas concretas, anseios íntimos e verdadeiros atos de persistência.
Enfim, para compreender o sentido de ser semeador, tenha sempre uma expressão qualificante e imprescindível da relação com Deus. É nesta base que, perspectivamente, se coloca o enfoque do ser religioso em favor das necessidades da humanidade inteira, sendo assim testemunha clara da finalidade de seu ideal de vida.
A história da vida consagrada é rica, profética e cheia de exemplos maravilhosos, porque o dever missionário das pessoas consagradas se entrelaça com o ser verdadeiro sinal de Cristo no Mundo, pois, no horizonte do testemunho profético e acolhimento da palavra e diálogo na oração, o essencial é buscar o “Reino de Deus e a sua Justiça” (Mt 6,33).