29/03/2016

Irmãs são mortas e padre é sequestrado e morto em atentado no Iêmen


Quatro religiosas foram brutalmente assassinadas no último dia 4 de março, depois que jihadistas — ligados, ao que tudo indica, ao grupo terrorista Estado Islâmico — invadiram a casa de assistência das Missionárias da Caridade da cidade de Aden, extremo sul do Iêmen. A congregação católica, fundada pela Beata Madre Teresa de Calcutá, está no país árabe há mais de 20 anos, socorrendo os mais pobres e necessitados em meio aos constantes conflitos políticos da região. As vítimas do atentado foram as irmãs Anselm, Reginette, Judith e Marguerite, além de 12 pessoas que trabalhavam no local. De acordo com o relato de uma das sobreviventes do ataque"Todos os artigos religiosos foram quebrados e destruídos — imagens de Nossa Senhora, o crucifixo, o altar, o tabernáculo e o suporte do lecionário —, incluindo suas Bíblias e livros de oração." (...) 
"O ISIS não vai sair daqui. Eles querem controlar e exterminar qualquer presença cristã. Eles não mataram as irmãs na guerra porque não tinham nenhuma razão política para perder tempo com elas. Mas agora, elas são a única presença cristã, e o ISIS quer se livrar de todo o Cristianismo. Portanto, elas são verdadeiras mártires, morreram porque eram cristãs. Elas podiam ter morrido várias vezes na guerra, mas Deus quis que ficasse claro que elas são mártires pela fé."
Todos esses martírios, perpetrados por radicais islâmicos, refletem uma crença comum entre os muçulmanos radicais: a de que não há lugar para igrejas cristãs na península arábica. Tal convicção se baseia em um comentário atribuído a Maomé — contido não no Alcorão, mas na Hadith —, de que não haveria lugar para duas religiões na Arábia.
As irmãs de Madre Teresa, Anselm, Reginette, Judith e Marguerite
O padre Tom Uzhunnalil, capelão das irmãs de Aden, foi sequestrado pelos jihadistas e, até o momento, nada se sabe sobre o seu paradeiro. Há rumores, porém, de que o sacerdote estaria para ser torturado e crucificado no dia 25 de março, que neste ano coincide com a Sexta-feira Santa, a comemoração cristã da Paixão e Morte de Cristo. O missionário nasceu no sul da Índia, mas mora no Iêmen há quatro anos.
A família salesiana, à qual pertence o padre Tom, pediu aos membros da congregação e aos fiéis do mundo inteiro que rezem pelas missionárias mortas e também pela libertação do sacerdote capturado. "Convido todos a fazerdes um momento muito intenso de oração na noite de Quinta-feira Santa, quando acompanharmos Jesus em seu sofrimento e solidão no Getsêmani", diz uma mensagem em vídeo do reitor-mor dos salesianos, o padre Ángel Fernández. "Queira Deus que toda a nossa família salesiana no mundo e os jovens estejamos unidos nesta mesma oração, pela paz. (...) Pedimos a paz ao Senhor, uma grande paz eterna para os mártires e uma força especial do Ressuscitado para aqueles que sofrem tanta dor e perseguição. E hoje também lembramos do nosso irmão Tom."
Aproveitemos essa ocasião para rezar também pelas vítimas do atentado de Bruxelas (22/03), o mais recente alvo do Estado Islâmico na Europa. Requiem aeternam dona eis, Domine, et lux perpetua luceat eis. Requiescant in pace.
A mídia europeia está noticiando que o líder cristão Thomas Uzhunnali, 56, de origem indiana, foi crucificado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na sexta-feira (26). Ele trabalhava com uma missão católica no Iêmen.
O padre católico indiano fora sequestrado por terroristas ligados ao EI no Iêmen no início deste mês. Como uma forma de ridicularizar a pequena comunidade cristã iemenita, o padre foi crucificado na sexta-feira santa, data que a maior parte dos cristãos do mundo lembrava a Páscoa.
   Thomas era responsável por um asilo na cidade de Aden, no sul do país. Segundo relatos, na ocasião, os jihadistas atacaram o local e mataram pelo menos 15 pessoas, em 4 de março. Entre os mortos estavam quatro freiras. No ano passado, a igreja mantida pela missão que ele trabalhava foi incendiada por terroristas que exigiam que os missionários saíssem do país. Eles se recusaram.
     De acordo com o arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, a Igreja Católica admite que o padre foi torturado e crucificado. Falando sobre os recentes ataques a cristãos no Iêmen (cerca de 0,01% da população), o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, afirmou que o papa Francisco “ficou chocado e profundamente entristecido ao saber destes ato de violência sem sentido e diabólicos”. As autoridades iemenitas não se pronunciaram sobre o caso, pois o país atravessa uma guerra civil e o governo não tem mais controle sobre parte do seu território. Embora pouco divulgado no Brasil, a guerra no país se desenvolve há dois anos.
     O governo russo apoia os iranianos que estão por trás do movimento dos houthis, um grupo islâmico xiita. O presidente iemenita, Abed Rabbo Mansour Hadi, fugiu do Iêmen e pediu exílio na Arábia Saudita.
     Do outro lado, estão soldados de uma coalizão, que conta com a presença de Emirados Árabes, Catar, Bahrein e Egito. Esses, por sua vez, são apoiados pelos Estados Unidos. Aden passou a ser temporariamente a capital do Iêmen, após Sanaa (capital oficial) cair nas mãos dos rebeldes, em setembro de 2014. Há registros que grupos radicais como a Al-Qaeda fazem constantes ataques à região de Aden. Eles já haviam pedido o extermínio dos judeus e cristãos no paísCom informações de Daily Mail