Para cardeais brasileiros, a 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos prossegue em um clima fraterno e de diálogo. No quarto dia do evento, 8, os padres sinodais refletiram sobre temas como casais de segunda união e a união de pessoas do mesmo sexo.
Em seu discurso, dom Damasceno, que é também presidente delegado do Sínodo, pediu para que a Igreja ampare as “situações familiares difíceis”. “A Igreja tem de ter um olhar de compreensão para todos os dramas que vivem, hoje, muitos casais e famílias. É preciso atitudes de misericórdia, aproximação e compreensão para com essas pessoas”, afirmou. Sobre os casais de segunda união, o cardeal disse ser importante avaliar cada caso e encontrar um caminho que possa levar a paz, também, a esses casais.
Diálogo e clareza
Sobre os andamentos do trabalho da Assembleia do Sínodo, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz de Avis, recorda que o papa Francisco tem incentivado o diálogo aberto nas sessões. “Ficamos admirados com a liberdade com que o papa Francisco nos colocou. Percebemos nos trabalhos dos Sínodo um equilíbrio nas várias posições que cada um tem. O que o papa deseja é que se fale com transparência, que escute com humildade e que se fale com clareza”, acrescentou.
O Instrumento de Trabalho, que trata dos “Desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, tem norteado as reflexões. Na avaliação do arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, o método de trabalho nesta Assembleia Sinodal está evitando a repetição dos mesmos temas. “O Santo Padre convocou o Sínodo para ouvir. Ele, o tempo todo, ouve e pediu aos padres sinodais para que sejam livres em suas intervenções e falem abertamente. O clima do Sínodo está muito fraterno”.
A reunião conta com a presença de 191 padres sinodais e 62 participantes entre especialistas, auditores e delegados fraternos. Na opinião do arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, o Sínodo tem proporcionado uma discussão valiosa sobre a importância da família, levando em consideração as mudanças culturais.
“Cardeais, bispos, padres, leigos e casais juntos com o papa Francisco estão buscando encontrar o melhor para incentivar as famílias a contrair o matrimônio. Ao mesmo tempo, também, pensam em possibilidades para ir ao encontro daqueles que estão na Igreja e querem participar mais”, disse dom Orani.
O Sínodo tem duas sessões diárias, em que são tratados os temas indicados pelo Instrumento de Trabalho. A reunião prosseguirá até o dia 19 de outubro.